INSCRIÇÃO
- Gratuito. Inscrições até o dia 21 de abril de 2019.
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Título da atividade proposta:
Experiências de percepção ambiental: a fotografia e o desenho como aliados para a Arquitetura e o Urbanismo.
Professora:
Profa. Ma. Clarissa Freitas de Andrade
Justificativa:
A música, a fotografia, a leitura e a escrita são formas que o ser humano possui de entender melhor os espaços. Aliando essas metodologias às técnicas compreendidas por meio dos estudos obtidos no Curso de Arquitetura e Urbanismo, esse Projeto de Extensão pretende trabalhar a sensibilidade para análise dos espaços e desenvolvimento de possíveis intervenções com arquitetos e urbanistas em formação (graduandos) na capital do Ceará. Fortaleza iniciou como uma vila em 13 de abril de 1726, e tornou-se uma cidade em 1823. Passados 293 anos, a cidade turística, entre os seus atrativos geográficos, edificados e culturais, é objeto deste estudo. Dessa forma, este trabalho irá buscar compreender o que a cidade oferece às pessoas, tanto para seus moradores quanto para os seus visitantes, por meio da percepção ambiental em praças, a fim de perceber a cidade em relação ao seu clima, valor simbólico, cultura, segurança (ou insegurança) e beleza da cidade, seja nos aspectos físicos como cotidianos da vida citadina. Afinal, o que as pessoas buscam e podem encontrar em espaços livres de Fortaleza representados por praças?
A cidade pode ser vista e sentida dependendo da forma que nos deslocamos. Detalhes são percebidos de diferentes formas para os que usam bicicleta, ônibus ou carro. Dessa forma, o estudo irá focar em estudantes que andam a pé. Então, a partir disso, questiona-se: quais as percepções da cidade de Fortaleza para estudantes de Arquitetura e Urbanismo que andam a pé?
Baseando-se na premissa de que o olhar e a percepção do fotógrafo e do arquiteto têm, em sua natureza, apreciável sensibilidade, serão selecionadas praças de Fortaleza para que sejam estudadas e, a partir de então, os espaços públicos materializados nestas praças deverão ser repensados. O projeto de extensão objetiva realizar propostas de intervenções arquitetônicas e urbanísticas, a partir de desenhos artísticos e intervenções em fotografias das paisagens registradas; e compreender o uso dos espaços públicos e a possibilidade da reinvenção dos espaços pela observação da interação pessoa-ambiente; tudo isso ficará registrado em produções técnicas.
A ideia para este projeto surgiu na disciplina de Conforto Ambiental III, do curso de Arquitetura e Urbanismo, como uma atividade proposta pela professora Clarissa Andrade, com o uso de história em quadrinhos, com folha de papel A-3, uso de lápis de cor, canetas coloridas e em sala de prancheta.
A contribuição do desenho em quadrinhos em sala de aula apresenta-se, primeiramente, como um rompimento de barreiras e preconceitos de que esse gênero textual é inapropriado para a sala de aula, de forma que ele não pode ser utilizado apenas para lazer e entretenimento. Segundo, vê-se que a aplicação dessa metodologia supera a compreensão tradicional e restritiva que se tem da educação formal. Terceiro, é preciso identificar e valorizar o potencial dos quadrinhos no contexto de ensino. Por último, é possível formar docentes para que utilizem essa ferramenta como aliada para diversos objetivos educacionais, práticos, como uma oportunidade de crescimento profissional para estudantes e professores (NETO; SILVA, 2011).
A obra de inspiração para esta pesquisa foi também o livro “O Fotógrafo” de Didier Lefèvre (2002), que viveu, fotografou e contou aventuras no Afeganistão. Esta pesquisa recebeu prêmios e elogios. A obra conta uma mistura de fotografia, em preto e branco, com quadrinhos feitas pelo fotógrafo Didier Lefèvre, pelo desenhista e quadrinista Emmanuel Guibert e pelo diagramador Frédéric Lemercier, designer gráfico. Didier Lefèvre, fotojornalista, após sua viagem junto com a organização dos Médicos Sem Fronteira (MSF), em 1986, fez, ao todo, oito viagens ao país, que foram registradas no livro “Voyages en Afghanistan”, publicado em 2002. Por fim, a história revela a missão salva vidas dos MSF, em condições precárias, atendendo feridos da guerra. A narrativa é clara, continua, comovente e angustiante (ROSSI, 2013).
A mistura de jornalismo e quadrinhos feitas nessa obra, que revelam o país arrasado pela guerra e pela pobreza, inspiraram o desenvolvimento deste Projeto de Extensão a ser aplicado na cidade de Fortaleza, com elaboração de histórias e demais intervenções como forma de conscientização sobre a importância do uso de espaços públicos, como praças.
Baseando-se também no trabalho dos desenhistas de rua dos sketches, considerados repórteres visuais, que observam e detalham os espaços, usando da representação gráfica (THORSPECKEN, 2014), este Projeto de Extensão irá mostrar a realidade da cidade de Fortaleza, da periferia aos bairros de moradores de maior poder aquisitivo.
O registro de realidades urbanísticas poderá ser tratado com a arte do desenho, propondo pinturas, criações de mobiliários urbanos e intervenções paisagísticas. O desenho pode ser um exercício didático do curso e fonte de conhecimento para leigos. O desenho atrelado à fotografia poderá gerar soluções como caminho de melhorias para a cidade por meio de arte na Arquitetura e Urbanismo, seja ao observar o uso dos espaços ou desenhar e fotografar praças na cidade. Esta atividade resgata o olhar para perceber carências de mobiliário, barreiras existentes, novas apropriações no espaço público, limitações de acessos, e desta forma é um importante recurso para discussão do paisagismo, arquitetura e urbanismo. O trabalho fará uso de referencial teórico da Psicologia Ambiental e de Conforto Ambiental, como atributos para o projeto. O fruto deste Projeto de Extensão irá resultar em um artigo científico e uma produção técnica artística cultural.
Objetivo Geral:
Analisar a percepção ambiental do uso de praças públicas da cidade de Fortaleza por meio de fotografias e desenhos, promovendo contribuições para o uso de espaços públicos.
Objetivos Específicos:
- Conhecer praças em bairros de Fortaleza;
- Aprofundar o conhecimento da Psicologia Ambiental;
- Ilustrar o espaço público por meio da percepção do local e treinar sua reinvenção por meio de proposições artísticas;
- Gerar uma produção técnica como contribuição artística e cultural.
Ementa: 1. Cultura; 2. Conceitos de Psicologia Ambiental; 3. Identidade do lugar e Identidade social urbana; 4. Apropriação do espaço; 5. Apego ao lugar; 6. Satisfação ambiental; 7. Avaliação Pós-Ocupação; 8. Affordance e Behavior Setting; 9. Comportamento e Compromisso Pró-Ambiental; 10. Interdisciplinaridade; 11. Ambientes restauradores; 12. Etologia; 13. Instrumentos de Pesquisas para Avaliação Pós-Ocupação.
Metodologia:
Três alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo serão selecionados, de acordo com seu desempenho, habilidades e interesses, para desenvolver e apresentar, ao final deste processo, um artigo final sobre a prática desenvolvida neste Projeto de Extensão (“Experiências de percepção ambiental: a fotografia e o desenho como aliados para a Arquitetura e o Urbanismo”).
Nos primeiros encontros, a coordenadora do projeto deverá orientar os alunos a fazerem estudos teóricos dos temas previamente informados, com indicação de textos com conteúdo de análise comportamental em relações pessoa-ambiente, conforto ambiental, comportamentos em espaços livres, teoria dos affordances (GIBSON, 1986).
O Programa de Extensão deverá, portanto, verificar as construções quanto às suas percepções, usos, acessibilidade, questões estéticas e de conforto ambiental, entre outros, na cidade de Fortaleza.
A proposta desta atividade complementar, que tem um propósito com fins de Programa de Extensão, irá complementar a formação social, humana e profissional da comunidade discente e docente, a partir de um interesse individual e coletivo. Também desenvolverá o senso crítico dos alunos e professores envolvidos, ampliará as possibilidades de conhecimento para além da sala de aula. A escolha do lugar público, ou seja, praças, incentiva a convivência com as diferenças sociais, a tomada de iniciativa e amplia a visão dos alunos sobre a cidade.
O trabalho contará com revisão de literatura, compreendendo questões de identidade de lugar, identidade social urbana, apropriação, apego, affordance (comportamento gerado por fatores sensoriais); e com metodologia de fotografias e desenhos em quadrinhos e documental... como a cidade é percebida pelas pessoas? Quais são os elementos de arquitetura percebidos? Qual é a influência que outros fatores sensoriais, que não apenas a visão, têm na cidade? A cidade aqui é compreendida como lugar público, cidade acessada pelos cidadãos, fato que justifica a escolha de praças públicas como caso a ser estudado.
O mapeamento dessas regiões, a serem analisadas por mapeamento comportamental (observação exploratória de comportamentos), em diferentes praças de Fortaleza, tais como Praça Portugal, Praça Dom Helder Câmara, Praça das Flores, Praça Martins Dourado, Praça da Gentilândia, Praça dos Leões, Praça do Ferreira, entre outras a serem definidas ao longo do projeto de extensão. Os espaços escolhidos de praças da capital cearense serão definidos pela experiência de lugar dos participantes deste projeto de extensão, enquanto cidadãos moradores da cidade, e baseados em alguma problemática do ponto de vista do conforto, privacidade, segurança, acessibilidade etc., que serão visitados pelos alunos e por meio de agendamentos de visitas técnicas guiadas pela Instituição de Ensino Superior.
Para visitas aos locais escolhidos, os participantes devem levar água, frutas ou barrinhas de cereal, filtro solar, óculos de sol, boné/chapéu, guarda-chuva, além de material de desenho, lápis, bloco de papel, prancheta, como também o conhecimento prévio de Psicologia e Conforto Ambiental, e disponibilidade para observar e perceber os ambientes estudados.
Os alunos irão ter contato com a teoria, por meio da leitura de artigos. Salas de aula convencionais, de expressão gráfica e de informática deverão ser reservadas para encontros presenciais. Serão lidos artigos e textos de Conforto e Psicologia Ambiental. Os alunos deverão definir lugares, juntamente com a professora, para a análise dos usos dos espaços embasados por teóricos que tratam do tema da percepção do lugar.
Baseado nos resultados dessa experiência podem ser propiciados diários de campo, exposições com desenhos dos participantes, croquis, e fotografias e desenhos como reflexões para a Arquitetura e Urbanismo. Os alunos deixarão como legado, além desses registros e produção técnica, um artigo e informações com contribuições para a melhoria dos ambientes, gerando maior qualidade de vida a todos. As habilidades, a criatividade, a afinidade pessoal e o interesse no projeto serão fatores levados em consideração tanto para a seleção no projeto, quanto para o andamento do(s) aluno(s) ingresso(s) neste programa.
REFERÊNCIAS
ALVES, R. A Escola com que sempre imaginei sem imaginar que pudesse existir. Editora Papirus: São Paulo, 2007.
CAVALCANTE, Sylvia; ELALI, Gleice A (Orgs.). Temas básicos em psicologia ambiental. Petrópolis: Vozes, 2011.
ELALI, G., MEDEIROS, S. Apego ao Lugar. In: CAVALCANTE, Sylvia; ELALI, Gleice A (Orgs.). Temas básicos em psicologia ambiental. Petrópolis: Vozes, 2011.
GIBSON, J. The ecological approach to visual perception. NewJersey: Lawrence, 1986.
HALL, E. A Dimensão Oculta. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
LEMERCIER, LEFÈVRE, GUIBERT. O Fotógrafo: Uma história no Afeganistão. Título original: Le Photographe. Tradução: Dorothée de Bruchard. 3 volumes. Ed. Graphic Novel Conrad, 2011.
MACHADO, Diego, MATOS, Fátima. Estudos Observacionais em Linguagem Fílmica. Ed. CRV 2013
MOSÉ, V. A escola e os desafios contemporâneos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
NETO, E., SILVA, M.(orgs.). Histórias em Quadrinhos & Educação: Formação e prática docente. Editora Metodista. São Paulo, 2011.
PINHEIRO, J., GUNTHER, H., GUZZO, R. Psicologia Ambiental: entendendo as relações do homem com seu ambiente. São Paulo: Alínea. 2014.
ROSSI, J. Recomendo a Leitura: O Fotógrafo - Uma História no Afeganistão. In: Blog do Jeff Rossi. 2013. Disponível em: . Acesso em: out. 2018.
THORSPECKEN, T. Urban sketching: Guia completo de técnicas de desenho urbano. Tradução: Alexandre Salvaterra, Editora Gustavo Gili, 2014.
Público-alvo:
Alunos do Curso de Arquitetura e Urbanismo que estão cursando ou que já tenham cursado a disciplina “Conforto Ambiental III”.
DATA/HORA
- Sex 26/04/2019 08:00
PROGRAMAÇÃO
Inscrições online: de 16 a 21 de abril de 2019;Resultado dos deferidos: 22 de abril de 2019;
Seleção (Entrevista): 23 de abril de 2019;
Divulgação do resultado da seleção: 24 de abril de 2019
Assinatura do Termo de Compromisso: 25 a 26 de abril de 2019;
Início das atividades: 29 de abril de 2019.
Mês 0 (abril 2019):
Divulgação do edital
Seleção dos participantes
Organização do processo de trabalho / Seleção de tarefas por bolsistas
Mês 1 (Maio de 2019):
Levantamento bibliográfico sobre Psicologia Ambiental, Avaliação Pós-Ocupação e Conforto Ambiental e climas / Desenho a mão livre / Programas de computador / Noções de fotografia Definição de objetivos, instrumentos metodológicos e resultados esperados para pesquisa
Artes gráficas
Observação participante
Mês 2 (Junho de 2019):
Pesquisa bibliográfica
Visita de campo / estudo de Conforto Ambiental por imagens de satélite / definição de ambientes
Estudos a respeito de cada clima
Estudos de projetos de referência
Aplicação de varal dos desejos
Julho de 2019:
Recesso Acadêmico
Mês 3 (Agosto de 2019):
Levantamento de dados físicos e de Psicologia Ambiental
Orientação quanto às sugestões de intervenções arquitetônicas e urbanísticas
Oficinas de arte gráfica
Mês 4 (Setembro de 2019):
Levantamento de dados físicos e de Psicologia Ambiental
Orientação quanto às sugestões de intervenções arquitetônicas e urbanísticas
Oficinas de arte gráfica
Mês 5 (Outrubro de 2019):
Levantamento de dados físicos e de Psicologia Ambiental
Orientação quanto às sugestões de intervenções arquitetônicas e urbanísticas
Oficinas de arte gráfica
Mês 6 (Novembro de 2019):
Tratamento de dados/resultados
Elaboração de artigo final – final do mês
Mês 7 (Dezembro de 2019):
Produto final
Finalização de artigo final – final do mês
Submissão do artigo ao Encontro de Pesquisa
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