Justificativa:
Os anos 2000, desenvolveu-se uma importante demanda legislativa que incluía a assistência técnica a população de baixa renda como um dos instrumentos da política urbana no Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001). Em 2008, foi sancionada a chamada Lei da Assistência Técnica (Lei Federal 11.888/2008) que assegura às famílias de até 3 (três) salários mínimos o direito a serviços profissionais de arquitetos e urbanistas, engenheiros, profissionais da área do direito e ciências sociais. Entende-se que a assistência técnica não deve se resumir a um trabalho para a população de baixa renda, mas com a população de baixa renda, o que significa a inclusão da população beneficiada no processo técnico-político-urbano de tomada de decisão, evitando-se soluções, geralmente, desvinculadas de cada local. Segundo atesta Pronsato (2005), a partir do acompanhamento de algumas experiências de implantação de projetos de espaços públicos, os locais foram melhor conservados quando, de alguma forma, os moradores puderam ter um envolvimento no processo de decisão e/ou execução. Mesmo apontando os limites e críticas da participação popular na prática projetual, essa autora (2005) entende que uma abordagem participativa no projeto de espaços públicos deve ser compreendida enquanto uma construção de conhecimentos que se processa de forma coletiva, não implicando a anulação dos profissionais, senão o seu enriquecimento, assim como o dos outros participantes. Outro elemento importante, conforme pontuam Barroso e Aldigueri (2015), é que a identificação do cidadão e da comunidade, como participantes do processo, supera a valorização do conhecimento local, pois desenvolve a autoestima e o próprio empoderamento da comunidade, elemento indispensável para o êxito na implantação, gestão e manutenção de programas dessa natureza. Com a intenção de inserir os estudantes nessa problemática contemporânea, que envolve a assistência técnica à população de baixa renda como campo de atuação profissional, parte-se do pressuposto de que é necessário modificar o status quo e adotar modelos de desenvolvimento cooperativo/participativo. Como parte integrante de qualquer planejamento e projeto, busca-se atender as comunidades envolvidas na perspectiva de melhores condições do habitar e do fortalecimento da cidadania para o direito à cidade, bem como na formação de um profissional arquiteto-urbanista mais completo e sensibilizado para a realidade urbana. Para tanto, neste projeto, propõe-se trabalhar com a comunidade Tradicional Boca da Barra de Sabiaguaba. A comunidade Boca da Barra é considerada uma comunidade tradicional e por esta razão, esta sendo realizado junto a Universidade Federal do Ceará (UFC) um estudo antropológico da comunidade.

Objetivo geral:
Realizar assessoria técnica entre alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da Unichristus junto à comunidade Tradicional Boca da Barra da Sabiaguaba, como subsídio para garantir a permanência da comunidade com sustentabilidade, tendo em vista os emergentes conflitos socioambientais e urbanos.

Objetivos específicos:
- Conhecer metodologias participativas e auxiliar na definição de formas participativas apropriadas para apreensão da realidade, produção do conhecimento e definição de projetos de intervenção;
- Despertar as potencialidades da natureza humana no convívio de grupos sociais, incorporando o sujeito na participação da vida pública, visando a elaboração de projetos coletivos e ampliando os processos de fortalecimento da cidadania;
- Elaborar cartografia social na escala da comunidade e levantamento de espaços para projetos e demandas identificadas;
- Desenvolver levantamento e análise dos projetos propostos pelo poder público para o parque do Cocó com impacto sobre a comunidade, garantindo acesso à informação e sua autonomia para acompanhamento e monitoramento; Elaboração de estudo preliminar de projeto apontado como prioritário pelos moradores, através de processo participativo.

DATA/HORA

• Seg 08/04/2019 08:00

PROGRAMAÇÃO

Inscrições:
11 de março até 28 de março de 2019.

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LOCAL

Unichristus - Campus Dom Luís

ENDEREÇO

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(85)3457-5382